Culturas, idiomas e um pouco sobre o Kenia!

Recentemente iniciei aulas de colocação profissional na Irlanda. É um curso específico para imigrantes, custeado pela União Européia para ajudar a cada um se integrar no país que decidiu fazer morada.

Para minha alegria encontrei na cozinha da escola duas moças muito simpáticas diretamente da Africa.

Mas vamos lá que a Africa é um continente, não um país. Uma delas, a mais tímida, é de Serra Leoa, acabamos conversando menos, a outra do Kenia, elas explicaram que ambos países tem dois idiomas oficiais, mas possuem diversos dialetos, assim como acontece em muitos países da Europa, a Irlanda por exemplo fala o inglês que foi o idioma dos colonizadores e o Irlandês, que já me disseram que difere um pouco do gaélico irlandês.

Continuando a conversa, enquanto ela me explicava sobre a estrutura do Kenia todos os idiomas e regiões, (como sabemos: desrespeitadas pelas colonizações) me ocorreu: Quantos idiomas ela fala? Quando ela me respondeu achei incrível, ela sabe fluentemente três idiomas: inglês, swahili e o idioma nativo da região dela (desculpem não lembro o nome). Mas ela disse que como tem contato com as outras regiões e há similaridades ela também conhece outros dois dialetos, só não tem fluência. Inclusive ela disse que os idiomas do norte tem influência do idioma árabe com algumas similaridades.

Estou até agora admirada com a diversidade cultural de apenas um país da enorme Africa, que tanto ignoramos em nossos estudos, mas que é origem de muitos dos nossos antepassados.

Também carrego depois dessa conversa a tristeza de ver que os idiomas nativos no Brasil em algumas regiões foram completamente apagados, restando apenas nos nomes de cidades e rios.

A Irlanda ainda ensina irlandês nas escolas, o que ajuda os irlandeses entenderem como é difícil aprender um segundo idioma, mas que na prática não tem sido muito efetivo e aliás é bastante criticado por eles, uma vez que não tem sido funcional.

Aprendendo inglês e convivendo com tantas outras culturas percebo como o idioma é uma cultura viva, passada de geração a geração, que muda, que tem fluidez e que tem características tão únicas. No português, temos a palavra “saudade”, que não se encontra tão bem resumida no inglês, assim como no inglês há palavras como “cash” para definir dinheiro em espécie, que não tem no português. Quando um idioma deixa de ser falado, formas únicas de se comunicar também se vão junto com toda essa diversidade cultural que tanto amamos.